A semana de moda de Milão, em típico estilo italiano, foi cheia de excesso, mas também teve uma sensação de estilistas olhando para trás para explorar o DNA das marcas, e o visual sexy voltou em vários lugares. Confira meus desfiles preferidos da Semana de Moda Milão Primavera/Verão 2020.
Gucci
Alessandro Michele começou o desfile de maneira provocadora: o espaço iluminado com luz vermelha virou branco; portões de metal abriram e 21 modelos usando interpretações de camisas de força passaram pela passarela feita de tapete rolante, a luz apagou e a abertura do desfile terminou sem menor explicação. Como interpretar as camisas de força, então? Certamente teve elementos libertadores, vimos preto, muito menos estampas e elementos sexy com vestidos de paineis de renda, fendas e colares de verniz. O estilista certamente está indo em uma nova direção, mesmo aos poucos.
Dolce & Gabbana
Não teve como não entender o tema de Domenico Dolce e Stefano Gabbana dessa temporada. Palmeiras e estampa de onça no tapete. “A selva siciliana,” Gabbana confirmou. “Nós gostamos de criar algo glamuroso, e amamos o sentido de felicidade, verão. É nossa filosofia.” Em 124 looks, os estilistas tocaram em todos os elementos de seu tema escolhido, começando com looks alfaiataria de Safari, e resortwear em estampas animais e tropicais, interligados com alguns vestidos pretos DNA da marca.
Versace
É impossível falar do desfile da Versace sem falar daquele vestido da Jennifer Lopez que fechou o desfile com uma releitura do icônico vestido jungle, usado em 2000. Donatella Versace resolveu recriar o modelo superdecotado e com estampas de folhagens. Essa foi sua coleção mais afiada e sexy de muito tempo. Menos merchandisada como tem sido em anos recentes, e evocativo de Versace anos 90.
Moschino
Nesta temporada, Jeremy Scott dedicou sua coleção a Pablo Picasso e suas várias musas com uma interpretação literal. “Musas inspiram artistas e artistas inspiram o mundo” diz Scott nas notas do desfile. Modelos andaram na passarela dentro de quadros de pintura e vestidos no formato de instrumentos musicais, enquanto o macacão da Bella Hadid referenciou a pintura ‘Harlequin’ e sua irmã Gigi foi a noiva Statement.
Emporio Armani
Primavera/verão 2020 foi sofisticada como sempre no Emporio Armani. A paleta de cores foi suave e linda, feita de cinza, prateado, pasticcio e um rosa antigo perfeito para misturar com as peças leves e as mais estruturadas e uma seleção deliciosa de looks de gala.
Fendi
Na primeira coleção sem Karl Lagerfeld, Silvia Venturini Fendi teve a tarefa de ser a diretora criativa da empresa fundada por seus avós. Pela primeira vez “sem seu capitão”, a estilista foi influenciada por uma sensação de verão leve e feliz que traduziu em uma coleção com influência dos anos 70, incluindo os acessórios carro chefe da marca, como chapéus camuflados e óculos de sol oversized.
Max Mara
Joan Smalls, Kaia Gerber, Gigi Hadid, Bella Hadid, Candice Swanepoel e Doutzen Kroes foram o exército de modelos que vestiram uma coleção feita para espiãs femininas dedicada a Phoebe Waller-Bridge, que criou Killing Eve e está revisando o roteiro James Bond. Vestidos de ocasião em sedas de tons pastel foram combinados com capas militares, ternos de três peças e tranças sofisticadas representaram a visão do diretor criativo Ian Griffiths de uma heroína que poderia salvar o mundo em estilo.
Alberta Ferretti
Nesta temporada, Alberta Ferretti olhou para o passado, os anos 70 para ser precisa. Macacões Boilersuits apareceram com tintura tie-dye. Também vimos calças chino coloridas e com um leve flare. Minissaias e jaquetas de camurça ajudaram a trazer um ar mais causal para a marca conhecida por seus looks tapete vermelho, uma evolução que vimos acompanhando nas últimas três coleções.
Prada
“É fundamentalmente uma coleção sobre o poder das mulheres sobre a roupa, e do estilo sobre a moda,” diz Miuccia Prada nas suas notas sobre a coleção, que eu (e parece que o resto de Instagram) amamos! Em uma tentativa consciente de olhar para moda de uma maneira mais sustentável, vimos um foco em técnica que falou do poder do estilo pessoal e atemporalidade, em vez de tendência e “peças troféu”.