Depois de uma semana de moda intencionalmente crua em Nova Iorque, a semana de moda de Londres, no meio da ansiedade e confusão da indústria com resultado da novela “Brexit”, trouxe leveza, estrutura e beleza. Continue lendo para ver algumas das minhas coleções preferidas da LFW.
Erdem
Nessa temporada, Erdem Moralioglu foi inspirada pela Tina Modotti, uma estrela de cinema italiana que morreu de repente no banco de trás de um táxi em 1942. A artista, fotógrafa e ativista mudou sua aparência de maneira dramática ao longo da vida, de atriz de Hollywood a usar exclusivamente verde militar; ela fascina Moralioglu. “Sua história não é sobre moda, mas sim sobre o poder de se vestir como uma maneira de autoexpressão para comunicar algo mais profundo. Ela se vestiu para se transformar em quem ela era para ser,” escreveu nas notas do desfile, onde vimos vestidos de cores fortes, um terno de poá, estampas femininas e chapéus statement.
Victoria Beckham
A estilista está a cada temporada mais forte e nessa temporada a força podia ser vista na leveza. Uma coleção de alfaiataria com fluido e um leve volume com um toque do charme dos anos 70. Vestidos de seda sem cintura marcada foram contrastados a peças mais estruturadas e masculinas para agradar a dualidade das mulheres, afinal uma coisa em que a Victoria Beckham nunca erra é em entender o que seu público quer.
Molly Goddard
A estilista apresentou uma coleção que transmitiu a identidade forte da marca, e também demonstrou um amadurecimento de técnica. Ela focou em aperfeiçoar as silhuetas de tule através de novas técnicas de cortar a modelagem para apresentar camadas, que trazem uma leveza por cima das saias de volume. Além da assinatura de tule, vimos looks mais casuais, com suéteres amarrados com fita e saias balonê com estampas floridas.
Burberry
A palavra chave do desfile era supermodelo: Kendall Jenner, as irmãs Hadid, Irina Shayk e Agyness Deyn (lembra dela?) foram para a passarela para a coleção ‘Evolution’, a terceira do Riccardo Tisci que marcou uma volta à agenda normal, depois de algumas temporadas experimentando com o modelo See now, buy now. A coleção saiu do domínio de athleisure que vimos nas últimas temporadas, e o famoso xadrez Burberry que foi re-apropriado em coleções anteriores não apareceu. “Essa é nossa coleção inspirada pelo nosso passado e dedicada para nossa futuro,” Tisci comentou.
Richard Quinn
Richard Quinn, o queridinho da semana de moda de Londres, optou por um local fora do circuito normal, dizendo que queria criar “um santuário de moda, onde todos podem chegar e celebrar” e sem dúvida, ele entregou essa promessa na forma de um desfile espetacular em um centro esportivo em Bethnal Green, zona leste da cidade, que contou com a apresentação de uma orquestra Filarmônica. O estilista apresentou bridalwear pela primeira vez, teve até um grupo de crianças de penas.
Simone Rocha
Sempre um destaque de LFW, o desfile da estilista Simone Rocha não decepcionou, debaixo de uma superfície bonita de estampas, volumes e silhuetas, teve a sugestão de algo mais sóbrio. A coleção foi inspirada nos Wren Boys da Irlanda, a prática histórica de homens se vestirem em roupa de palha e tentar caçar carriças no dia de São Estevão, além de bater em portas e pedir dinheiro para cantar. A estilista captou essa essência pelo uso de palha, ráfia, penas e toques de alfaiataria. As estampas foram inspiradas em casas que visitaram com papel de parede descascando, e o azul desbotado da porcelana Delph em tule off white.
Christopher Kane
Christopher Kane prestou homenagem à ciência e à natureza, duas paixões pessoais para o verão 20. Vimos estampas de nuvens e flores em vestidos e saias em uma coleção que ele denominou “eco-sexual“. Sem partir 100% de PVC e recortes statement, pelos quais reconhecemos e amamos o estilista.
JW Anderson
O inspiração para a coleção primavera/verão 20 veio diretamente da artista Liz Magor, que exibiu alguns de seus trabalhos conceituais no espaço do desfile. Sua influência foi evidente nas roupas, em que o estilista disse que queria “explorar a ideia de como nós percebemos as coisas”. Isso foi realizado na forma de círculos esculturais sobre vestidos drapeados, barras desniveladas, bijuteria oversized de metal e fechaduras abertas.
Rejina Pyo
Rejina Pyo já está se tornando uma preferida da primeira fila e ela sabe como criar peças cult que gritam street style. Essa temporada incluiu saias transparentes com toques esculturais, chapéus moles de feiticeiro, lenços de cabeça com estampas e alfaiataria inspiradas nos anos 40. A estilista apresentou, pela primeira vez, algumas peças sem gênero, como blazers de linho, jeans statement e camisas polo.