Será que a palavra tendência tem lugar no mundo atual?

Essa foi a pergunta que fiz pelo Instagram outro dia. Vivemos num mundo que exige com urgência um comportamento mais sustentável, um consumo mais consciente.

Descartar a palavra tendência?

Nossas peças precisam ser atemporais, isso parece brigar diretamente com o conceito de tendência: alguém nos dizendo o que precisamos comprar, qual cor ou corte de vestido/blusa ou qualquer outra peça usar por um período determinado. Eu adoro moda, eu adoro me expressar através do vestuário, e de descobrir peças novas, então a ideia de simplesmente descartar a palavra tendência parece um pouco radical para mim?

Consumo mais consciente e menos consumista

Mas como consolidamos a vontade de atualizar o visual com um consumo mais consciente e menos consumista?

E o que moda consciente significa na prática? A escolha de onde compramos a nossa roupa? As práticas ambientais e éticas das marcas escolhidas?

Enquanto eu acredito que estas pesquisas sejam fundamentais e sejam o futuro do consumo, antes de olhar para as marcas precisamos mudar nossa mentalidade consumista na hora de comprar. Não adianta comprar marcas sustentáveis se continuamos enchendo nossas vidas com roupas e outras coisas sem ter um critério pessoal para como e quando compramos peças novas, só por ser tendência. Isso não é dizer que todas as tendências nasçam de uma intenção de incentivar o público a consumir.

Mas como consolidamos a vontade de atualizar o visual com um consumo mais consciente e menos consumista?

Tendências podem unir as pessoas

Tendências e movimentos de arte e moda surgem diante do clima social, político e cultural do momento. E isso foi muito evidente nesta edição de São Paulo Fashion Week que acabou de encerrar. As apresentações foram digitais, temas fortes como isolamento, unidade, igualdade, exclusão e saúde mental influenciaram as expressões criativas dos estilistas através da roupa.

Nesse sentido, tendências podem ter a função de unir as pessoas num momento coletivo. Isso é muito diferente do modelo de tendências que vimos: de peças “must have”, de looks da “temporada” que invalidam tudo que veio antes. Que despertam a ansiedade de comprar, de ter, de possuir algo para se sentir “atual”. 

Roupa não é descartável, e sim, precisamos comprar peças para durar, mas isso não inibe experimentar uma tendência ou outra com que nos identificamos. Hoje em dia não tem apenas uma tendência da temporada, tudo está acontecendo ao mesmo tempo e podemos escolher ou não comprar, estamos no controle de nosso consumo.

Talvez não tenha nada de errado com a palavra tendência e sim de errado com o nosso comportamento? 

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