Quando aceitei o desafio “fique sóbria em outubro”, eu sabia que seria um desafio, mas como a ideia é levantar dinheiro para uma ONG, não faria sentido se não fosse. Esse não foi meu único motivo para querer dar um tempo no álcool. Senti recentemente que cada atividade social envolve álcool, e que virou um sinônimo de relaxar. Eu gosto de tomar um bom vinho, curtir uma cerveja numa tarde de verão, mas queria quebrar o costume de sentir que eu merecia beber e claro, fazer uma coisa boa para minha saúde.
Semana 1
Dia 1 de outubro caiu numa segunda feira e isso me ajudou bastante! Depois de comemorar dois aniversários no fim de semana, eu não estava muito a fim de beber. A semana foi passando e eu nem liguei muito, na quinta teve um evento e passei um pouco de vontade de tomar uns drinks, mas nada de mais. Na sexta, percebi que nem estava muito empolgada para a noite, sem a possibilidade de um vinho, parecia que a melhor parte do dia foi tirada de mim. No sábado, uma amiga veio em casa e saímos tomar café e ela tomou cerveja, estava supreendentemente feliz com meu café. No domingo tomei um suco no almoço e foi tudo bem. Conferi meu calendário e vi que ainda faltavam 3 finais de semana no mês.
Semana 2
Como não bebi e não exagerei na comida no final de semana, acordei leve e menos inchada que a maioria das segundas-feiras. Talvez dê para emagrecer um pouco nesse mês! Igual à semana passada, passei a semana sem vontade de beber, comemorei o aniversário do meu pai com água com gás na quinta. Como sexta foi feriado, fiquei com vontade de tomar uma Gin Tônica no almoço em família, mas a vontade passou rápido. No sábado teve jantar em família e exagerei na comida, terminei o final de semana me sentindo inchada, não dá para sempre culpar o álcool.
Semana 3
Mais uma vez, durante a semana nem pensei em tomar nada, passei a semana cansada com a sensação de imunidade baixa e um pouco decepcionada com meus excessos no final de semana. Também percebi que estava errada ao pensar que só parando de beber eu ia emagrecer sem tentar.
Semana 4
A última semana do desafio foi uma das mais fáceis, não sei se porque sabia que o tempo estava acabando, ou porque acostumei, talvez um pouco dos dois. Chegou o fim da semana, chegou domingo (dia que achava difícil) e nem tive vontade. A semana começou e estava pensando em coisas muito mais importante do que beber. O mês começou numa segunda-feira e acabou numa quarta, deixando a quinta-feira livre para a próxima etapa.
O que eu aprendi quando parei de beber
Em geral, eu me adaptei bem a essa vida sem álcool, mas percebi que a vontade de beber em eventos é logo no início, e logo passa. Às vezes eu fiquei preocupada em decepcionar pessoas por não beber com elas. Gosto de ter a opção de beber quando quero, aprecio um bom vinho, um chopp gelado num dia quente e sim, às vezes eu exagero. Queria aproveitar esse mês “seco” como uma espécie de reset para meu relacionamento com o álcool.
Para ser sincera, eu entendo porque tantas mães de classe média bebem mais do que antigamente. Sem ter como sair tanto como antes, cansadas e sentindo que merecem uma taça de vinho, até beber vira sinônimo de descansar, relaxar. No meu caso, eu sei que tenho uma tendência a me empolgar com amigos e sempre quero estender a festa. Pensando em como seguir em frente e reintroduzir álcool na minha vida, sem esquecer que a época de festas está chegando, não quero deixar de me divertir, mas sim, quero praticar um pouco de autocontrole e lembrar que não preciso sempre beber para me divertir, e que existem vários rolês que não envolvem álcool.