Moda e novos formatos tecnológicos

A moda sempre teve como uma de suas características a capacidade de se reinventar e transformar. Com os avanços tecnológicos, grandes marcas estão realizando suas apresentações de forma online, cumprindo com o distanciamento social. Algumas marcas optaram por não participar das edições das semanas de moda, para promoverem suas coleções em eventos e outras estão atuando em formato ready-to-wear (pronto para vestir).

Com as roupas sociais se tornando cada vez menos relevantes, máscaras e roupas confortáveis ganham cada vez mais espaço nos guarda-roupas. 

Diante do cenário atual, novos formatos estão sendo criados,  revolucionando o mundo da moda.

Separei algumas inovações que mostram como o mercado da moda está se adaptando:

Produtos de alto desempenho para atletas

Não foi apenas o pequeno varejo que sentiu necessidade de se adaptar aos novos modelos digitais. Marcas tradicionais de sportswear, também estão desenvolvendo produtos contextualizados para nossa realidade. Para ajudar os profissionais da saúde nas linhas de frente, a Nike decidiu reaproveitar os materiais de roupas e calçados para fabricar escudos de proteção facial e lentes respiratórias de purificação do ar. 

Recomendada para realizar práticas esportivas, a Adidas criou uma máscara facial reutilizável. Feita de material reciclável, de alto desempenho e respirável, o modelo está disponível para compra na Europa, América do Norte e China, tendo como parte do preço de venda, revertida ao Save The Children’s Global Coronavirus Response Fund. 

Showrooms e provadores virtuais

Aplicada por muitas marcas, as experiências online imersivas, estão sendo uma ótima solução para substituir os showrooms. Por exemplo, a Diesel lançou uma plataforma de vendas com display em 360 graus de seus produtos. Hyperoom, é uma plataforma que nos permite mergulhar nos detalhes dos itens, através de closeups e descrições detalhadas.

Passando a vibração da marca e da coleção ao cliente

Assim como a Diesel, a NuOrder de Los Angeles também lançou uma plataforma nos permite ter a visão de 360 graus dos produtos, e abrir seus showrooms no mundo dos pixels.

Já a ASOS está apostando na realidade aumentada como alternativa aos provadores das lojas. Para que as roupas sejam exibidas em sua vitrine virtual, sem colocar os modelos da marca em risco, a varejista britânica está utilizando a tecnologia, para simular avatares das modelos oficiais da marca. Cada produto é mapeado na modelo de maneira realista, levando em consideração o tamanho, o corte e o ajuste de cada peça.

Aqui no Brasil, a Amaro é uma das marcas mais inovadoras da atualidade.

Em busca de alternativas para produzir conteúdo de qualidade sem colocar seus colaboradores e parceiros em risco, a fashiontech brasileira investiu fortemente em novidades tecnológicas e criou a Mara. 

A influencer virtual hiper realista vai vestir os looks e lançamentos da Amaro em todas as plataformas digitais da marca.

Iniciativas sociais

Inovação social também está cada vez mais presente na indústria da moda. A marca Dáme Rousky da República Tcheca, desenvolveu um projeto onde mapas interativos conectam pessoas que costuram máscaras, com aqueles que precisam delas. O mapa é alimentado por voluntários, e até o momento mais de 600 mil EPIs já foram doadas.

A tradicional marca têxtil Monarch transformou sua produção de meias e camisetas em máscaras faciais, vendidas a preço de custo para as Forças Armadas. Devido às propriedades antibacterianas e fungicidas destes materiais, os tecidos são fabricados em bambu e incrustados com cobre. Cada fábrica da Monarch no país produz cerca de três mil máscaras diariamente, com eficácia garantida pela Universidade do Chile.

Mesmo antes da crise do coronavírus, os médicos criticavam as máscaras cirúrgicas, por ser datadas e ter encaixe desconfortável. Para mudar este cenário, a startup de moda Ministry of Supply de Boston, desenvolveu em parceria com médicos e especialistas em design, um novo desenho do produto para profissionais de saúde.

Produzidas via impressora 3D, essas máscaras possibilitam ajustar a máscara no rosto e conforto para trabalhar por longas horas. 

Desfiles Digitais

Sem os celulares dos maiores influenciadores do mercado apontados para os produtos na passarela e com o questionamento das grandes grifes de luxo sobre, a melhor forma de levar suas novidades aos consumidores, o Instagram deu um passo à frente e lançou um guia, que ensina as labels a aproveitarem ao máximo as ferramentas do dispositivo de compartilhamento.

Desenvolvido pela vice-presidente de parcerias de moda do aplicativo, Eva Chen, o manual possui 13 páginas e conta com instruções para hospedar os  desfiles de moda digitais na plataforma, dicas de como fazer entrevistas no backstage e táticas para levar espectadores às transmissões. De acordo com a executiva, o documento foi desenvolvido para marcas de todos os tamanhos e não pretende ser uma fórmula prescritiva. 

Como falar em tecnologia e não citar a congolesa Anifa Mvuemba?

Intitulada Pink Label Congo, a estilista realizou o lançamento de sua nova coleção, que trouxe calças, macacões e vestidos em cores vibrantes sobre corpos criados em 3D de forma digital, apresentada através de uma live no Instagram.

Com sua coleção inspirada em tradições e dilemas de seu país, Anifa sugere um possível futuro para o mundo da moda e para os desfiles.

 Além de levar os desfiles para o digital, o lançamento da Pink Label Congo procura levantar a atenção do mundo para o problema das minas de cobalto, no Congo, onde adultos e crianças trabalham na extração do mineral sem as menores condições.

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