A Cultura de estar sempre ligada!

Trabalhar em excesso está nos deixando doentes, e para as mulheres o fardo está ainda mais pesado.

Exaustão é um dos maiores assuntos profissionais nos dias de hoje. Chefes exigentes, uma sobrecarga de trabalho e a linha tênue entre nossas vidas profissionais e pessoais, têm deixado muitos de nós estressados, exaustos e sobrecarregados. Isso também significa que passamos menos tempo fazendo as coisas de que gostamos fora do trabalho; um estudo recente descobriu que apenas 3% do nosso dia é dedicado a coisas que amamos.

Agora, uma nova pesquisa da empresa de tecnologia Microsoft tem sugerido que a cultura de estar “sempre ligada” tem permeado nossos lugares de trabalho, afetando nossas vidas pessoais, e muito.

Exaustão na metade do ano

Sentindo-se exausto e sobrecarregado? Pode ser exaustão sazonal.

Mesmo que você nunca tenha ouvido da cultura “sempre ligada”, você provavelmente tem sentido os efeitos. O termo se refere à ideia de que estamos sempre disponíveis: como nosso e-mail também está em nossos celulares, não os deixamos no escritório. Em vez disso, passamos horas fora do trabalho respondendo a perguntas, fazendo planos e até recebendo ligações.

Essa prática é comum. Dos que responderam à pesquisa, 56% dizem atender ligações de trabalho fora do horário de trabalho e 43% sentem que precisam “priorizar o trabalho (em detrimento da) vida pessoal para ser promovido/a”.

Como você poderia esperar, isso está pesando. O estudo viu que 86% dos entrevistados tem “problemas em desligar”, e 80% relatam problemas em dormir como resultado da ansiedade sobre seu trabalho e disponibilidade. Pais solos estavam sob pressões extras, com apenas 26% dizendo que poderiam priorizar seus filhos por causa de pressões de trabalho.

Horários de trabalho flexíveis podem fazer parte da solução às pressões da cultura sempre ligada, mas a pesquisa descobriu que apenas 35% das pessoas que podiam trabalhar em horários flexíveis sentiram-se à vontade para aproveitar disso.

O impacto do sono

Estudos da empresa de sono Dreams também destacaram como o sono induzido pela ansiedade impacta a força de trabalho britânica, particularmente feminina. Eles descobriram que problemas relacionados a sono eram “frequentes”: três a cada quatro empregados sofrem de mal de sono, resultando em um mal desempenho no trabalho, perdendo dias de trabalho e um círculo vicioso de insônia e ansiedade.

Transtornos do sono afetaram os dias de trabalho de 25% das pessoas entrevistadas; a mesma percentagem sentiu que uma boa noite de sono ajudou a desfrutar mais do trabalho e se dar melhor com os colegas.

Soluções são um pouco mais difíceis. Sono é “responsabilidade única do indivíduo”, disseram 63% dos empresários, e para 39% “não há nada que possam fazer para ajudar a saúde de sono dos empregados”, sugerindo que soluções não vão vir de dentro das empresas.

Eliza Rinaldi, mulher loira, sentada em um banco na rua olhando ao longe, refletindo sobre a exaustão que assola a sociedade.

Mas, como a pesquisa da Microsoft mostra, estresse relacionado a trabalho é um fator enorme na contribuição de um sono ruim.

Dreams acabou de lançar um ‘Plano de ação do Sono’ dentro da própria empresa, que pode provar ser um modelo útil para outras empresas. O plano inclui treinamento de saúde para os gerentes, conversas sobre sono como parte das reuniões de avaliação anuais, acesso à uma helpline e trackers de sono para ajudar a equipe a compreender seus próprios padrões de sono.

Crucialmente, a empresa também tem introduzido uma “cultura que apoia sono”– que inclui não incentivar trabalho fora do horário de expediente.

Como a exaustão aumenta, e mais de nós temos dificuldades com estresse e ansiedade no trabalho e em casa, será essencial para empresas implementarem medidas como essas. E claro, a maior parte da responsabilidade fica com os empregadores, largar o celular ao chegar em casa à noite poderia ser o primeiro passo para nos libertar da cultura “sempre ligada”.

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