Diante de tantos acontecimentos, nosso gatilho foi ativado. Será o começo de uma grande transformação humana? Sinceramente? Não sei dizer.
Há anos estamos morrendo fisicamente, moralmente e psicologicamente. Após a abolição da escravidão em 1888, os incentivos às imigrações européias, os projetos de ‘branqueamento’ da população, a exclusão das populações pretas ao acesso à terra e o baixo nível de investimento em educação, foram determinantes na história de marginalização que se segue até hoje.
No contexto histórico a abolição só nos trouxe liberdade jurídica, pois socialmente, permanecemos inferiorizados.
Quando minha esperança volta e acredito que as pessoas evoluíram, são 80 tiros, crianças com uniforme indo para a escola são baleadas, enforcamentos, agressões, xingamentos, entre tantas outras coisas… meu mundo desaba novamente.
Convivi durante anos com ofensas raciais e sempre acreditei não pertencer aquele lugar.. Hoje, com 29 anos, vejo que as crianças que nos ofenderam, são os adultos que hoje querem nos matar.
Quando a onda de protestos terminar, o que você fará para continuar combatendo o racismo?
É preciso muito mais que militar na internet, é preciso educar as crianças, ensinar a respeitar as diferenças, que ninguém é melhor do que o outro, nos dar oportunidades, grandes cargos, posição de destaque, reconhecer nossos talentos, ter orgulho em andar de mãos dadas na rua, de nos amar, nos apresentar para a família e de se orgulhar em nos ter como filhas! Ninguém nasce racista!
Ensine-os o poder do amor, da empatia e principalmente que caráter não tem cor.
Para entender a origem e combater o racismo, indico o livro: Manual Antirracista da Djamila Ribeiro.
“A injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo o lugar.”
Dr. Martin Luther King