Lançar o primeiro disco é uma conquista importante para qualquer musico, e para a cantora IÁ não seria diferente. Exceto pelo fato que enquanto ela prepara o lançamento de seu primeiro disco “Esquerdo Direito” para o mês de abril, ela parece que está lidando com tudo isso com uma graça e serenidade muito além de seus 22 anos. Dona de uma voz tão suave e profunda ao mesmo tempo, que derrete-se nos seus ouvidos e te transporta para outra época sem perder um pingo de relevância atual.
Conversei com a jovem cantora mineira na véspera do show de pré-lançamento do seu disco, que acontecerá amanhã (31/03) no UNIBES Cultural, entre ensaios com sua banda e logo depois de escolher seu figurino. Ela me conta que o figurino parte da idéia de elegância e jovialidade, mas incorpora uma transformação na sua performance, simbolizando a transição da menina para a mulher.
Ritmos e influências do trabalho da IÁ
O álbum, que é a culminação de um ano de trabalho da IÁ, conta com a produção de Peter Farrell e é repleto de ritmos tradicionais brasileiros como Samba, Baião e MPB. Além de explorarem ritmos latinos e afros, como Bolero e Ijexá e timbres modernos nos teclados, mellotron e guitarras, intercalados com elementos de Pop, Jazz e Groove.
Outro atrativo é o uso de acordeom e violas, que remetem às primeiras influências da cantora, ligadas a Minas Gerais, onde IÁ nasceu e começou a cantar aos 12 anos.
Ser fiel às suas raízes é importante para a cantora, que acredita que para muitos brasileiros é difícil relacionar coisas boas com coisas daqui, e ela quer quebrar essa estória de que tudo que é bom vem de fora, sem negar suas influencias internacionais: “Não precisamos escolher, no nosso gosto musical pode caber muito mais coisas do que você normalmente acha”.
Esquerdo Direito
O nome do disco, “Esquerdo Direito” além de ser o título de uma das duas músicas inéditas compostas por Marília Duarte, é o fio condutor do disco todo, que fala da “dualidade da relação a que a gente carrega no lado emocional e também no racional”.
IÁ veio para São Paulo aos 17 anos, sozinha, para fazer faculdade de Música na Faculdade Santa Marcelina. Durante esse período, já dava aulas de piano e canto, além de se apresentar em bares da capital paulista. Além de valorizar a sua educação musical tradicional, ela acredita que não dá para legitimar ou desconsiderar a música de alguém antes de ouvi-la.
Fotos: Nadja Kouchi
Sentimentos e planos pro futuro
Falando em ansiedade e nervos “pré-show”, a IÁ me conta da sensação de se sentir “em casa” e “bem acompanhada”, num projeto que trouxe pessoas queridas ao seu redor.
Perguntei a IÁ sobre os seus sonhos e o futuro, e antes de responder ela para e pensa, diz que quer ter contato com mais público sim, mas para ela o que importa mais é conseguir se expressar de uma maneira sincera. Diz que “a música é para além de mim, ela tem vida própria, ela me traz as pessoas sim, mas não é minha.” Essa bela mistura de talento, maturidade e autoconhecimento vai levar ela longe.
Não perca:
Dia 31 de março (sexta-feira), às 20h30.
UNIBES Cultural, Rua Oscar Freire – 2.500 – Sumaré – ao lado da Estação Sumaré
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) – R$ 10,00 (meia)
Compra aqui: http://migre.me/wfBQS
www.unibescultural.org.br