Já faz dois anos desde que conversei com a cantora Iasmin, na época lançando seu primeiro disco, Esquerdo Direito. Desde então, ela se transformou em amiga minha e eu continuo admirando seu crescimento como artista e pessoa. Agora, à véspera de lançar seu primeiro single autoral, eu conversei com ela mais uma vez, para saber tudo sobre “Fazer o quê”.
EAMR: Você está prestes a lançar o seu primeiro single autoral, como está se sentindo?
Iasmin: Feliz, empolgada, ansiosa e grata. Lançamento de single é bem curioso, porque para o público é o início, algo novo, e realmente é. Mas para o artista, é o fim de um longo processo de trabalho, desde composição, escolha da música, produção, divulgação, etc. Então a sensação de gratidão é sobre todo o trabalho já realizado. A ansiedade é da pergunta: “Como será que as pessoas vão receber esse som?”. Felicidade e empolgação da parte leve de trabalhar com música e poder compartilhar a música que faço e na qual acredito.
EAMR: Qual foi a inspiração para o single?
Iasmin: O single é sobre independência, autonomia, clareza e parceria nos relacionamentos. A inspiração foi o meu modo de ver a vida e as relações à dois, o cotidiano e a experiência própria. Uma descrição do dia-a-dia, e um posicionamento sobre o que a persona que narra a história quer e acredita. Um posicionamento que envolve o outro, mas não cobra, pressiona. Mas que é sarcástico, direto, claro e forte.
EAMR: Com quem você trabalhou neste projeto?
Iasmin: O trabalho de escolha de repertório, definição de posicionamento e compreensão mais profunda do que eu queria exprimir nesse momento foi feito ao lado do A&R Rulio Salinas. A produção das músicas foram feitas por O Melo e Raul Alaune. Para a imagem (parte fundamental da expressão do artista na minha opinião), a Carina Amorim cuidou do styling, a Natália Sexto da beleza e fui fotografada por Felipe Adatti. E claro, mais pessoas estiveram presentes nesse processo em medidas diferentes e igualmente importantes.
EAMR: Como foi o processo todo, de compor a música a ver o produto finalizado?
Iasmin: Foi um processo longo, minucioso e bastante prazeroso. A composição eu já tinha há um tempo, mas tinha várias outras também, então foi preciso fazer a escolha do single. Nesse período eu ouvi muito todas as minhas músicas, mostrei ao A&R, aos produtores, compus muito e foi essa a escolhida. Depois fomos para o estúdio dar a cara, mais uma vez, muita pesquisa, ouvi muita música, peguei referências, e gravamos. No processo de pós gravação e mixagem, uma escolha bem pensada e sentida dos timbres, da sonoridade. Até o momento em que você tem a sensação, está pronta. É isso que quero apresentar ao público.
EAMR: Me conte um pouco da sua evolução musical nos últimos dois anos e como tem sido o seu crescimento como artista…
Iasmin: Nos últimos dois anos eu acho que a minha dedicação principal foi me conhecer, me entender melhor musicalmente. Sobre o que eu realmente queria fazer e como queria me apresentar. Foi um momento de resgate também, de ouvir estilos que me influenciaram muito no início da minha vida musical, e de me entender hoje dentro deles também. Nesse período comecei a compor, algo importantíssimo para o meu momento atual, e a tocar violão. Então esse crescimento foi técnico, estético, pessoal e transformador.
EAMR: Notei que você passou a usar Iasmin ao invés de apenas Iá, tem algum motivo específico?
Iasmin: Pra mim, essa transição (que é engraçada se paramos pra pensar que Iasmin é o meu nome real), tomou um significado bem poético. IÁ passou à ser somente uma parte minha, uma fase, parte da história, e usar Iasmin é como me assumir inteira, mais autônoma, segura e tranquila pra ser eu mesma com segurança e força. E acredito que isso veio no melhor momento possível, pois é agora que divido uma música minha, uma mensagem escrita e musicada por mim, e me apresento compositora.
EAMR: Qual é a importância das redes sociais para um artista hoje em dia?
Iasmin: Fundamental. Um lugar para se comunicar, expor (no bom sentido) sua arte, com muita possibilidade. A chance de se conectar com pessoas de lugares distantes de onde está. E além disso, possibilita uma divulgação com uma estrutura bem menor do que a necessária offline, para cumprir a mesma função.
Ela não substitui o trabalho offline, e nem diminui a importância do mesmo. Mas é uma ferramenta que pode melhorar muito a expansão da carreira de uma artista, se usada de forma correta.
EAMR: Para onde você quer levar sua música?
Iasmin: Quero expandir, conectar com o público. E quero poder ter liberdade dentro dela. De mostrar facetas diferentes, diversas. Eu sou múltipla e meu som também pode ser, e cada pessoa que escuta também é. Poder falar de assuntos diversos (da força feminina, do amor, da liberdade sexual, do fetiche, da ilusão, do ciúmes e dá vontade de dançar) é algo que eu quero conquistar. E tenho consciência de que isso só pode ser construído e assim conquistado.
Lembro de um post seu falando sobre rótulos e como era tanta coisa, e não unidimensional. E eu acredito muito nisso, um artista também é plural e eu admiro muito artistas que são assim em sua arte, que conseguem essa comunicação aberta e direta com o público, e é entendido assim.
EAMR: Qual é o seu próximo passo?
Iasmin: O lançamento do clipe! 😉
EAMR: Por fim, a pergunta mais importante: onde seu single vai estar disponível?
Iasmin: Em todos os streamings online. É só procurar por “Fazer o quê?” em qualquer app de streaming de música.