Em um mundo com tanto foco em se comercializar, existe algo revigorante numa marca que virou marca antes das donas perceberem. Talvez isso faça parte do charme da Makra, a marca de acessórios de macramê das paulistanas Cintia Kita e Fernanda Lima. Na semana passada tive o prazer de conversar com as duas fofas na sua primeira entrevista.
As mãos e corações por trás da Makra
Cintia é formada em gestão ambiental e estava sempre a buscar fazer algo com as mãos como um escape criativo. Em 2012 ela aprendeu a técnica de macramê de uma colombiana. Amiga de infância, Fernanda, formada em administração, estava na mesma situação, insatisfeita com o trabalho e querendo aprender um novo skill. Depois de aulas de tricô e pouco progresso, Cintia resolveu ensinar à amiga técnicas de macramê, e ela viciou. De repente cada minuto livre foi dedicado ao macramê, “virou nossas sessões semanais de terapia”, riu Fernanda.
As amigas continuaram desenvolvendo as técnicas de macramê ou “macra”, como carinhosamente chamavam a atividade semanal, quase um código. As peças produzidas viraram presentes para amigas e família e, claro, muito uso pessoal.
Virando Makra
Mesmo sendo paulistanas, as duas sempre tiveram afinidade com a natureza e em 2014 viajaram para a Chapada dos Veadeiros, levando peças feitas. “Todo mundo ficou encantado com as peças”, Cintia contou, “e foi a primeira vez que as pessoas olharam para a gente como empreendedoras”, acrescentou Fernanda. Com quase tudo vendido, as amigas voltaram para São Paulo com um novo olhar sobre o hobby delas.
No mesmo ano, Fernanda resolveu sair do mundo coorporativo de vez e foi passar dois meses em uma ecovila na Bahia. Lá ela teve um contato mais profundo com os Chakras, aprendendo o que cada um representa e a maneira de lidar com estas energias, um principio que hoje em dia é a essência da marca.
Reunidas em São Paulo no início de 2015, com nova energia, as amigas começaram a trabalhar o potencial do hobby. O nome Makra surgiu tão naturalmente como a marca, pois Makra sempre foi “macra” para as duas, e soletrar com um K para ligar à ideia dos Chakras tão presente nas peças foi a coisa mais natural do mundo.
Lançamento da primeira coleção de acessórios de macramê
A Makra acabou de lançar sua primeira coleção chamada Chakras, composta de 3 famílias de colares, anéis, brincos e pulseiras nas cores do sete Chakras. Todas as peças tem macramê, mas a coleção demostra uma evolução e uma maturidade no uso de metal e pedras.
Todas as peças tem a ideia de juntar metal e macramê pois este é o momento da marca, misturar o macramê, mais fluido, ao metal, elemento rígido.
“Macramê representa a natureza e o metal representa a cidade, que é o que a gente é, a gente mora aqui, mas ama a natureza. Toda vez que podemos, estamos numa praia, num campo. A coleção toda mistura os dois elementos, os anéis trazem a pedra de cada Chakra”, explica Fernanda.
O colar Elo, na versão verde, do chakra cardíaco.
A peça destaque da coleção é o Colar Elo, feito de uma estrutura de metal com macramê. O colar é o best seller da marca. Nasceu só de macramê, evoluindo em várias versões com o começo do uso de metal.
A coleção toda partiu do quarto Chakra do coração, o ponto de equilíbrio de todos os chakras. Isto justifica a ênfase no amor que é o DNA da marca.
“A gente faz tudo com muito sentimento, partiu do Chakra cárdico e foi para os outros chakras. O colar é o símbolo do elemento ar que é o elemento relacionado ao quarto Chakra”, contou Fernanda.
A inclusão de metal nos trabalhos permite a realização de peças mais conceituais. A marca produz as peças no ateliê coletivo de Lucas Shirts, que é o “mestre de metal”, e que ensinou as meninas a fazer tudo à mão, desde a fusão do metal, sem uso de máquinas. A produção é 100% artesanal sem funcionários ou terceiros, “a gente faz TUDO mesmo”, confirmou Cintia rindo.
Como comprar?
As vendas são online através de mídias sociais, e uma programação de eventos periódicos mas sem nada fixo. As meninas escolhem os eventos que tem a ver com a Makra e procuram diversificar bastante; como as peças tem bastante identidade e um valor mais agregado, a mesma pessoa não vai comprar a cada semana.
Mas quem tem a ver com a Makra? “A cliente da Makra é uma mulher urbana que se preocupa com a natureza e de alguma maneira está tentando mudar seus hábitos, consumir de maneira mais consciente, desde alimentação até vestuário. Uma mulher bem sucedida, que se banca, coloca um acessório Makra e se sente poderosa sem essa coisa forçada de estética por estética. Claro que tem uma preocupação estética com as peças, mas o principal é olhar como ela ficou, estar inteira, presente… Essa é nossa Mulher Makra”, resumiriam as duas.
Então me parece natural que a Makra atraia pessoas querendo desenvolver uma peça junto a elas, tanto que a co-criação com o cliente virou o forte delas.
Planos para o futuro
Curiosa, perguntei sobre os planos para o futuro da Makra. “A gente quer expandir para todo o Brasil, principalmente para o Rio de Janeiro, porque o Rio tem tudo a ver com a Makra, isso já é um desejo nosso para ano que vem. Vamos para a Bahia no final do ano, queremos atender a todos a que podemos chegar e impactar as mulheres que se identificam com a marca.”
A marca, além de ter peças lindas e energias boas, é cheia de amor; impossível não torcer para Makra ganhar mundo.
Para mais informações:
https://www.facebook.com/makra.amor/
https://www.instagram.com/makra.amor/
O vídeo de lançamento da coleção Chakra está aqui.
Ficha Técnica:
Fotos: Guilherme Castoldi
Direção, Direção de Fotografia e Montagem: Carina Barros e Fabio Enes
Produção e Direção de Arte: Rodrigo Basso
Correção de Cor: Raphael Enes
Trilha Sonora Original: José Cândido
Modelo: Natália Garcia
Maquiadora: Lívia Maria